Debate "A Educação na Europa. A Europa na Educação"




A escola foi convidada a ser anfitriã de um debate sobre a "Educação na Europa. A Europa na Educação", no âmbito das comemorações dos trinta anos de adesão de Portugal à União Europeia, que teve lugar no passado dia 30 de setembro. 
Aproveitando a oportunidade, o Clube de Jornalismo entrevistou dois dos intervenientes nesse debate. 

Entrevista à Sra. Deputada, Dra. Ana Rita Bessa

P: Senhora Deputada, o que pensa desta experiência?
R: É sempre importante vir até às escolas, ouvir as comunidades locais e os alunos, que são a parte central do sistema educativo e que têm sempre muito a dizer. Por outro lado, é ótimo poder falar e ouvir num espaço, às vezes menos conflituoso, que permite um debate de ideias interessantes. Por exemplo, eu e o Senhor Ministro, por vezes, temos discussões muito tensas e menos produtivas no parlamento, e aqui é possível verificar que temos alguns pontos de consenso. É isso que depois ajuda a fazer o trabalho legislativo.
P: No seguimento deste debate, que medidas concretas podem ser levadas a cabo para atingir o sucesso?
R: Por exemplo, a universalização do pré-escolar, que falamos aqui. Garantir que há escola para todos os meninos a partir dos 3 anos e obrigatoriamente a partir dos 5 anos é uma primeira condição. Sabemos que um dos grandes picos do insucesso escolar é logo no segundo ano, o que é uma coisa um pouco estranha, não é? Quando se procura a causa, constata-se que muitos meninos não estiveram no pré-escolar e as competências básicas do saber estar sentado, do chegar à escola a horas, do saber ouvir não foram conseguidas por todos. Também se verifica um outro pico de insucesso no terceiro ciclo do ensino básico. Aí é fundamental desenvolver trabalho no contexto de cada escola. Cada vez menos parece fazer sentido haver uma política igual para todo o país, mas sim perceber que o sistema de educação, embora já dê resposta à grande maioria, não dá efectivamente resposta a grupos muito específicos, às vezes associados a uma distribuição regional. Este cenário dá-me liberdade para afirmar “que escolas e professores digam que para o abandono escolar em Viseu a resposta é esta, mas que para o abandono escolar em Peniche, a resposta já tem de ser outra”. Saber confiar nos atores que estão no terreno para resolver esses problemas, dando ao ministério da educação as grandes linhas que são comuns a todos, parece-me que é o grande binómio que nós ainda não conseguimos resolver, e que faria toda a diferença em termos de sucesso educativo.

Entrevista ao Sr. Ministro da Educação, Doutor Tiago Brandão Rodrigues

P: Senhor Ministro, o que vai retirar das perguntas e das opiniões dos alunos e dos professores aqui ouvidas?
R: O objetivo é retirar “tudo”, retirar mais do que “tudo”.
Muita da informação que levo é informação e material de trabalho e, muitas vezes, com a integração da muita informação que levo, posso enriquecer o resultado final.
Este tipo de debates é extremamente rico, com uma participação da sociedade civil, das comunidades educativas, de estudantes, de muitos docentes, dos diretores das escolas, e também com os atores políticos que trabalham na área da educação. É muito importante todos terem a possibilidade de discutir, concordando ou não, sobre o nosso sistema de ensino, sobre a nossa escola pública e sobre as ferramentas para a valorização da nossa escola pública. Além disso, é, acima de tudo, importante que a vossa geração possa contribuir para que as gerações seguintes tenham uma escola melhor e para que vocês possam também estar sentados no lugar em que eu estava sentado a debater com as gerações que agora estão a nascer.

P: Que medidas concretas propõe para atingir o sucesso tão desejado?
R: Existe claramente um trabalho intensivo para a promoção do sucesso escolar. Existem várias medidas que são as bases das nossas políticas na área da educação. Uma delas é a universalização do pré-escolar. Como afirmei, a frequência de um ou dois anos de educação pré-escolar leva a percursos educativos de mais sucesso. Por outro lado, e também de forma muito importante, lançamos para as escolas um programa nacional de promoção do sucesso escolar, em que cada uma das escolas e agrupamentos têm a capacidade de pensar qual é o conjunto de medidas que devem implementar para que, conhecendo a realidade do local, possam perceber os problemas e possam verdadeiramente trabalhar os problemas dentro dos agrupamentos, permitindo que a promoção do sucesso escolar se dê com eficácia e com eficiência. Finalmente, centrarmo-nos nas aprendizagens: as aprendizagens são o mais importante e ter a avaliação ao serviço da aprendizagem e não a aprendizagem ao serviço da avaliação. Nesse sentido, lançamos, por exemplo, as provas de aferição que nos permitem aferir o sistema, saber o que cada um dos nossos estudantes sabe, o que é que cada uma das turmas sabe, mas também saber quais as suas dificuldades. Por isso, é que pomos a avaliação ao serviço das aprendizagens, e não ao contrário.









D. Maria Times 26 outubro, 2016
Receção aos alunos do 7ºano e visita da Senhora Ministra da Presidência e da Modernização Administrativa


No passado dia 14 de setembro, a escola recebeu os novos alunos e foi visitada pela Senhora 
Ministra da Presidência e da Modernização Administrativa. 

Os alunos do Clube de Jornalismo registaram esse momento e realizaram algumas entrevistas. 

Entrevistas a novos alunos:

P:  Estavas à espera desta receção?
R: Não.
P: O que achaste da escola até agora? E dos alunos mais velhos?
R: A escola é moderna, as instalações são boas e os alunos são simpáticos.
P: Vais para que ano?
R: Para o sétimo.
P: E quais as tuas expetativas?
R: Dizem que os professores são exigentes…Tenho algum receio.
P: Já conheces alguém que ande nesta escola?
R: Sim, o meu irmão anda cá, no décimo segundo ano.

P: Gostaram da atuação a que assistiram?
R: Sim, foi muito gira.
P: Qual é a vossa primeira impressão da escola?
R: É enorme, muito grande!
P: Já tinham ouvido falar da escola. É parecida com o que estavam à espera?
R: Tinham-nos dito que aqui só havia betinhos, que nós nos íamos tornar betinhos e convencidos. Mas até ver, é o contrário do que nos disseram.
P: E já conhecem cá alguém?
R: Sim, o meu irmão. / Sim, conheço algumas pessoas.

P: O que pensam desta receção aos alunos?
R: Está a ser muito boa e divertida, especialmente a parte da música.
P: E o que acharam da escola?
R: É grande, o material é fixe. (risos) Gosto do estilo da escola. 
P: Que ideia tinham da escola antes de virem para cá?
R: A minha irmã anda na escola e já me tinha explicado como é. É muito fixe!


Entrevista à Senhora Ministra:

P: Senhora Ministra, sabemos que frequentou esta escola. A escola afetou ou influenciou o seu percurso de vida?
R: Toda a escola afeta o nosso percurso. Mesmo que pensemos que certo tipo de aprendizagem não nos vai ser útil, porque seguimos outro rumo na vida, há um momento em que temos de nos lembrar que aprendemos latim, que conseguimos perceber uma palavra porque a sua origem é grega e que, em tempos, aprendemos grego. Portanto, é um conhecimento que se acumula: o que aprendemos agora, não vamos aprender noutra fase da vida. Todo o percurso que nós fazemos na escola, desde o primeiro ano de escolaridade, afeta a nossa vida até ao fim.
P: Hoje, já não temos nem latim nem grego aqui na escola…
R: Dei o exemplo do latim e grego, mas podia dar o da física ou da matemática. Mesmo que sejam biólogos ou economistas vão necessitar dos conhecimentos adquiridos na escola. Por exemplo, vocês pretendem seguir o quê?
R: Relações Internacionais.
P: Se for para Relações Internacionais, suponha que tem de negociar um acordo relacionado com a questão das alterações climáticas. Vai ter que usar o seu conhecimento de biologia, ou de química, ou de física, muitos conhecimentos que não desenvolveu no seu ensino superior, mas que lhe ficaram do ensino básico ou secundário. Portanto, todo o empenho e todo o rigor que colocamos na escola é muito importante. Outra coisa que se aprende na escola, e se aprende desde cedo, é o método, a atenção, os conhecimentos básicos que são tão importantes, nomeadamente o  saber escrever bem português, independentemente da vossa opção profissional na vida.
R: O que encontrou de diferente na escola que conheceu como estudante?
P:  Esta parte do edifício em que estamos agora não existia, mas quando vi a parte velha, verifiquei que os armários da velha biblioteca são os mesmos e o chão que pisamos também é o mesmo chão que eu pisei quando cá andei. A principal diferença é que a escola é agora muito mais livre do que era no meu tempo. Eu andei aqui antes do 25 de Abril, havia restrições que vocês nem imaginam. Não havia clube de jornalismo, não havia escola mista, não havia associação de estudantes, não podíamos vir de calças para a escola, muito menos de calções. Tínhamos de andar de meias mesmo no verão e se não o fizéssemos eramos mandadas para casa para as calçar. São pequenos detalhes, mas que demonstravam que a liberdade não passava por aqui. Hoje, vocês têm uma escola mais criativa, os livros são de mais fácil acesso – comparem a biblioteca nova com a biblioteca antiga. Creio que o que se mantem do meu tempo é que é uma escola em que se aprendia e aprende muito. Guardo desta escola uma cultura de rigor, uma cultura de grande exigência no ensino, naquilo que nos exigiam e naquilo que nos ensinavam. Ser uma escola considerada de grande qualidade acho que é o ponto de contacto daquilo que foi a minha escola e é hoje a vossa escola, com vantagem para vocês que têm muitas coisas que eu não tive.
P: Para terminar, gostaria de deixar uma mensagem aos novos alunos?
R: Estudem e divirtam-se na escola, participem nas tarefas coletivas, porque isso também é aprendizagem, mesmo quando não conta para a nota, mesmo quando não são classificadas. Juntar-se ao clube de jornalismo, pertencer a uma associação de estudantes: faz tudo parte da nossa formação e ser-vos-á muito útil na vossa vida profissional. Se um dia se lembrarem destas palavras, vão-me dar razão. 
P: Obrigada, Senhora Ministra.




Momento da entrevista à Senhora Ministra pelo Clube de Jornalismo

Momento da visita à escola pela Senhora Ministra

Momento musical da receção aos alunos do 7ºano

Momento de dança na receção aos novos alunos da escola

Panorâmica geral da receção

Preparação da apresentação musical

D. Maria Times